Preciso falar sobre Bullying. E agora?
Por Katiane Souza
Com o retorno às aulas, vem com ela antigas preocupações da família e da escola. O tão falado e confuso bullying.
Para iniciarmos, vamos compreender o sentido da palavra em questão. Bullying é um termo que foi popularizado pelo DAN OLWEUS, professor de psicologia. Isso se deu por associação do termo Bullies que significa, valentões. Com essa introdução, percebe-se que o assunto está relacionado a tentativa de demonstração de força e domínio.
O Bullying é caracterizado por atitudes que agridem, humilham e expõe as pessoas tanto verbalmente quanto fisicamente.
Nesse tipo de violência, existem três personagens a vítima, quem agride e a plateia.
Identificando os personagens:
O agressor nem sempre é o popular, mais forte ou mais briguento. Esse personagem pode ser apenas alguém que tenha o controle sobre outro. Ainda que seja apenas um outro colega. Ele é o que geralmente dita as regras, ainda que não use o tom de imperativo.
A vítima, geralmente é o que mostra algum tipo de fraqueza ou desconforto em si mesmo. Seja cor da pele, cabelo, corpo ou até o jeito que pode se vestir.
A plateia será sempre quem é dominado pelo agressor e não faz nada. Ele apenas assiste.
Identificando essas personas de uma forma muito superficial, essa conversa não tem intenção de traçar perfil psicológico ou comportamental.
Mas alertar pais e educadores quanto a importância de uma boa conversa para evitar esse tipo de prática.
Que a vitima precisa de atendimento psicológico, isso não é novo. Mas...e agressor? De que precisa? Punição? Tratamento?
Um fator importante, e pouco considerado, é que, quem agride precisa de olhar atencioso. Diante de tanta insatisfação consigo mesmo, ele (ou ela) se permite aliviar a sua insatisfação existencial, causando dor a outros.
Esse agressor costuma ser uma pessoa com problemas de empatia.
É nesse ponto primordial que todos, família e escola precisam atentar que não existe, “É coisa de jovem” “Quando ficar mais velho, melhora”.
Cuidadores precisam conversar sobre esse tipo de violência e trazer para a discussão essa empatia. Com intuito de sensibilizar os jovens a desenvolver cada vez mais uma cultura de paz e respeito.
Em se tratando de algo tão delicado onde muitos professores e pais tem certo receio para falar sobre o assunto, seguem algumas dicas de como abordar o assunto de uma forma menos pesada.
1-Pergunte sempre como foi o dia na escola. Essa pergunta deve ser tão habitual como se alimentar. Com esse questionamento, todos os pais terão condições de se aproximar o máximo do dia de seus filhos na escola;
2-Converse sobre tratamentos que ele recebe, a forma que ele trata as pessoas e como de gostaria de ser tratado. Essa reflexão traz ao jovem, condições de reflexões que possibilitem uma mudança de atitude;
3-Motive o jovem a ser transformador de ambientes. Com a reflexão de como gostaria de ser tratado, esse desejo precisa ser combustível para mudanças de ambientes;
4- Promova parceria entre a escola. E escola, abra-se para ser parceira da família. Ambas precisam compreender, uma precisa da ajuda da outra. Sempre que necessário a escola irá procurar a família e vice-versa.
O importante é compreender que nenhuma instituição faz nada sozinha. E se tratando de um assunto tão grave quanto o Bullying, nada dá para deixar passar ou ficar para depois.
Escolas:
* Façam reuniões com estudantes envolvidos.
* Abram espaços para pais ouvirem a escola e falarem sobre como podem contribuir com as mudanças de seus filhos.
* Promovam reuniões com todos os pais, principalmente com a presença de profissionais da saúde mental. Um exemplo claro, psicólogos.
* Proponham projetos escolares vitalícios, onde os valores de respeito e cooperação estão aparentes.
Nenhuma escola ou família é promotora do Bullying, entretanto essa prática está bem diante dos olhos e precisa ser combatida com a parceria de todos os cuidadores. Pois as consequências da falta de intervenção, todos já conhecem, seja pelos noticiários ou na própria pele.
Roni Figueiredo - Destaques na Coluna Social
Katiane Souza - Meu filho não gosta de falar como foi o dia na escola. O que fazer?
Pr. Teobaldo Pedro - O paradigma da morte