Preciso falar sobre Bullying. E agora?

Por Katiane Souza

Por Katiane Souza 23/02/2023 - 18:56 hs

Com o retorno às aulas, vem com ela antigas preocupações da família e da escola. O tão falado e confuso bullying. 

Para iniciarmos, vamos compreender o sentido da palavra em questão. Bullying é um termo que foi popularizado pelo DAN OLWEUS, professor de psicologia.  Isso se deu por associação do termo Bullies que significa, valentões. Com essa introdução, percebe-se que o assunto está relacionado a tentativa de demonstração de força e domínio.

O Bullying é caracterizado por atitudes que agridem, humilham e expõe as pessoas tanto verbalmente quanto fisicamente. 

Nesse tipo de violência, existem três personagens a vítima, quem agride e a plateia.

Identificando os personagens:

O agressor nem sempre é o popular, mais forte ou mais briguento. Esse personagem pode ser apenas alguém que tenha o controle sobre outro. Ainda que seja apenas um outro colega. Ele é o que geralmente dita as regras, ainda que não use o tom de imperativo.

A vítima, geralmente é o que mostra algum tipo de fraqueza ou desconforto em si mesmo. Seja cor da pele, cabelo, corpo ou até o jeito que pode se vestir.

A plateia será sempre quem é dominado pelo agressor e não faz nada. Ele apenas assiste.

Identificando essas personas de uma forma muito superficial, essa conversa não tem intenção de traçar perfil psicológico ou comportamental.

Mas alertar pais e educadores quanto a importância de uma boa conversa para evitar esse tipo de prática.

Que a vitima precisa de atendimento psicológico, isso não é novo. Mas...e agressor? De que precisa? Punição? Tratamento?

Um fator importante, e pouco considerado, é que, quem agride precisa de olhar atencioso. Diante de tanta insatisfação consigo mesmo, ele (ou ela) se permite aliviar a sua insatisfação existencial, causando dor a outros.

Esse agressor costuma ser uma pessoa com problemas de empatia.

É nesse ponto primordial que todos, família e escola precisam atentar que não existe, “É coisa de jovem” “Quando ficar mais velho, melhora”.

Cuidadores precisam conversar sobre esse tipo de violência e trazer para a discussão essa empatia. Com intuito de sensibilizar os jovens a desenvolver cada vez mais uma cultura de paz e respeito.


Em se tratando de algo tão delicado onde muitos professores e pais tem certo receio para falar sobre o assunto, seguem algumas dicas de como abordar o assunto de uma forma menos pesada.

1-Pergunte sempre como foi o dia na escola. Essa pergunta deve ser tão habitual como se alimentar. Com esse questionamento, todos os pais terão condições de se aproximar o máximo do dia de seus filhos na escola;

2-Converse sobre tratamentos que ele recebe, a forma que ele trata as pessoas e  como de gostaria de ser tratado. Essa reflexão traz ao jovem, condições de reflexões que possibilitem uma mudança de atitude;

3-Motive o jovem a ser transformador de ambientes. Com a reflexão de como gostaria de ser tratado, esse desejo precisa ser combustível para mudanças de ambientes;

4- Promova parceria entre a escola. E escola, abra-se para ser parceira da família. Ambas precisam compreender, uma precisa da ajuda da outra. Sempre que necessário a escola irá procurar a família e vice-versa. 

O importante é compreender que nenhuma instituição faz nada sozinha. E se tratando de um assunto tão grave quanto o Bullying, nada dá para deixar passar ou ficar para depois. 

Escolas: 

* Façam reuniões com estudantes envolvidos. 

 * Abram espaços para pais ouvirem a escola e falarem sobre como podem contribuir com as mudanças de seus filhos.

 * Promovam reuniões com todos os pais, principalmente com a presença de profissionais da saúde mental. Um exemplo claro, psicólogos.

 * Proponham projetos escolares vitalícios, onde os valores de respeito e cooperação estão aparentes.

Nenhuma escola ou família é promotora do Bullying, entretanto essa prática está bem diante dos olhos e precisa ser combatida com a parceria de todos os cuidadores. Pois as consequências da falta de intervenção, todos já conhecem, seja pelos noticiários ou na própria pele.